quinta-feira, 8 de setembro de 2011

QUADRINHOS

TEXTO: TRAUMA SUPERADO

TRAUMA SUPERADO

Era uma vez uma pata que não queria mais ter filhos para não engordar. Decidiu chocar seus três ovos numa chocadeira comunitária. Dois patinhos nasceram bonitos, muito vistosos. O último nasceu feio, raquítico, porque faltou energia elétrica na sua hora de nascer. Quase morreu, coitado! Deram-lhe o nome de Patinho Feio.
Depois de uma semana do nascimento, mamãe pata foi à piscina do Piquiri Country Clube com seus jovens filhos. Todos muito felizes no primeiro banho, pularam do trampolim. Patinho Feio quase morreu afogado, pois era muito magro e suas penas escassas. Seus irmãos e sua mãe, envergonhados e com mania de grandeza, ignoraram o fato. Por sorte o pobrezinho encontrou uma bóia e saiu do perigo. Enquanto isso, mamãe pata bronzeava suas penas ao sol tomando Sprit gelada e seus irmãos tomando Coca-cola e comendo X salada. Patinho Feio reclamou de fome e sede, mas só recebeu Q. Suco e Miliopã.
Numa manhã, Mamãe pata foi ao Shoopping Center de Umuarama comprar óculos de sol para si, “walkman” para seus dois belos filhos e sandálias havaianas para o Patinho Feio. Todos que o viram o acharam horrível. Um grupo de patos funks deram-lhe golpes de karatê na cabeça. Sua mãe nem tentou defendê-lo. Teve que fugir para não morrer.
O tempo foi passando... tudo piorava. O patinho tornou-se um adolescente revoltado. Cansado com tanta discriminação, decidiu tirar passaporte. Sem dinheiro, escondeu-se no porão de um navio e viajou para os Estados Unidos da América. Durante a viagem, passou muita fome. Para comer tinha que roubar comida.
Nos Estados Unidos arrumou emprego de garçom e aperfeiçoou-se em natação. Ficou adulto, forte, com belas plumas. Tratou-se por um ano com um analista e teve seu trauma quase superado, pois ainda não tinha coragem para se olhar num espelho. Ganhou uma quantia milionária num cassino de Las Vegas e voltou para o Brasil.
Aqui chegando, retornou à piscina onde nadou quando criança. Olhou para a água e viu um cisne muito belo. Era sua imagem refletida na água. Nesse instante curou-se completamente do trauma. Seu complexo de inferioridade terminou.
Agora é um executivo famoso de uma empresa multinacional. Tem mansão, piscina de hidromassagem, BMW, esposa e belos filhos. Realizou todos os seus sonhos, dizem que ele tem até um clube particular.

Môi de repôi nu ái i oi

RECEITA CAZÊRA MINÊRA DE

Môi de repôi nu ái i oi

Gridiente:
5 denti di ái;
3 cuié di oi;
1 cabessa de repôi;
1 cuié di mastomati;
Sá agosto.
Modi faze

Casca o ái, pica o ái i soca o aí cum sá; Quenta o oi na cassarola; Foga o ái socado no oi quenti; Pica o repôi beeemmm finim; Foga o repôi no oi quenti junto cum ái fogado; Põi a mastomati i mexi cum a cuié pra fazê o môi.
Ta pronto modi cume

Sirva cum róis e meleti

TEXTO: CAUSO MINÊRO

CAUSO MINEIRO



Sapassado, era sessetembro. Taveu na cozinha tomando uma pincumel e cuzinhando um quidicarne cumastumate pra fazer uma macarronada cum galinhassada. Quascaí de susto quanduvi um barui vinde denduforno parecenum tidiguerra.
A receita mandopô midipipoca denda galinha prassá.
O forno isquentô, o miistorô e o fiofó da galinhispludiu!
Nossinhora! Fiquei branco quineim um lidileite. Foi um trem doidimais!
Quascaí dendapia!
Fiquei sem sabe doncovim, noncotô, proncovô.
Ópcevê quilocura!
Grazadeus ninguém semaxucô!
(Anônimo)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

POESIAS

Esquina de um tempo
Parada à esquina do tempo
Esperei por ti
E não voltaste!
Sentada a um canto da vida
Esperei por ti
E não chegaste!
Entao fui sede de esperança,
Gaivota pousada em terra.
Fui mar que não tem bonança,
Da minha paz, eu fiz guerra.
Fiz da tristeza guarida,
Bordei lençois de saudade.
Fui pássaro de asa ferida,
Fui velha sem ter idade.
Senti fome de te ver,
E mordeu tanto o desejo,
Que à noite, mesmo sem querer,
A sonhar pedi-te um beijo.
E então fiquei
Parada a esquina do tempo
E não voltaste
E então esperei
Sentada à esquina da vida
E não chegaste!

Maria Luisa Baptista

PABLO NERUDA


Quero apenas cinco coisas...
Primeiro é o amor sem fim,
A segunda é ver o outono,
A terceira é o grave inverno,
Em quarto lugar o verão,
A quinta coisa são teus olhos,
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... Sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.

Pablo Neruda