domingo, 21 de agosto de 2011

OBJETIVOS ESSENCIAIS DA LEITURA E ESCRITA

PARA QUE SERVE A LEITURA? (ELIENE)

Na sociedade atual, são exigidos de cada indivíduo conhecimentos e habilidades que permitam a ele ter um bom desempenho no meio social. A leitura é uma prática fundamental para que essas habilidades sejam adquiridas e desta forma, abrirem espaço para o exercício da cidadania.
A leitura e a escrita trazem enriquecimento pessoal ao ser humano, amplia a sua visão de mundo e em relação ao outro. O trabalho com a leitura é muito importante na formação de leitores competentes. Segundo os PCN/LP:

“formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê; que possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos implícitos; que estabeleça relações entre o texto que lê e outros já lidos, que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização de elementos discursivos [p.54]”.

A escola tem o papel de formar leitores para a vida inteira, é nela que começa o estímulo e a criação de hábitos para a leitura. Assim, é fundamental apresentar ao educando uma multiplicidade de textos que envolvam diferentes respostas ao "por quê" e "para quê" a prática de leitura se faz tão necessária.
Para formar cidadãos capazes de compreender os diferentes textos que estão à sua volta, é preciso proporcionar ao aluno diferentes modalidades de leitura: ler para informar-se, estudar, escrever ou revisar o que produz, para resolver problemas do cotidiano, para divertir-se. É importante reconhecer que ler e escrever são uma forma de aprender a pensar, a refletir sobre a realidade e a conhecer a si mesmo.
Para se ler e escrever bem, é preciso utilizar estratégias adequadas de leitura: selecionar o que é mais relevante para a compreensão do texto; levantar hipóteses; antecipar idéias e informações; fazer inferências a partir do contexto ou do conhecimento prévio que possui e verificar suas posições em relação ao significado do texto que leu e à escrita.
Uma prática de leitura na sala de aula deve permitir várias leituras, já que o significado do texto se constrói pela interpretação do leitor a partir do seu conhecimento prévio e do que é apresentado. Ezequiel Teodoro da Silva aponta que é preciso mais diálogo, mais liberdade para os alunos se expressarem, mais escuta e partilha de significados atribuídos aos textos, mais ligação entre aquilo que se lê e aquilo que se vive (p.24)
O conhecimento é algo produzido, construído a partir da ação e da reflexão do indivíduo, que adquire conhecimentos e saberes fora da escola. Assim, quando se depara com novas informações, esforça-se por compreendê-las e assimilá-las, apropriando-se delas. É através da ação do sujeito que a informação se transforma em conhecimento próprio, resultado da ampliação, da diversificação e do aprofundamento do conhecimento prévio dos alunos.
É importante ressaltar a importância da prática da leitura com textos de diferentes gêneros discursivos, verbais e/ou não-verbais, a partir de diversos enfoques e estratégias de interpretação. Dessa forma, contribui-se para uma reflexão sobre as diversas modalidades de leitura e os procedimentos que elas requerem do leitor.
Dessa forma, é necessário entender que fazemos leituras diferenciadas, de acordo com nossos objetivos. É importante se perguntar, por exemplo, "para quê" e "por quê" se lê: para se informar? Para se divertir?
Finalmente, é fundamental ressaltar que a leitura e a escrita constituem práticas complementares, pois é por meio da prática da leitura que se produzem textos com mais competência. É a leitura que nos fornece elementos e matéria-prima para saber o que e como escrever. Assim, a prática da leitura tem como objetivo levar o leitor a entrar em contato com um repertório de recursos linguístcos a ser utilizado na produção de texto, construindo assim, conhecimentos sobre a língua.

PARA QUE SERVE A ESCRITA?
A escrita, assim como a leitura, constitui-se uma atividade importante para a formação de escritores competentes. De acordo com os PCN/LP,
“Um escritor competente é alguém que ao produzir um discurso, conhecendo possibilidades que estão postas culturalmente, sabe selecionar o gênero no qual seu discurso se realizará escolhendo aquele que for apropriado a seus objetivos e à circunstância enunciativa em questão. [...]. É alguém que sabe elaborar um resumo ou tomar notas durante uma exposição oral; que sabe expressar por escrito seus sentimentos, experiências ou opiniões. Um escritor competente é também, capaz de olhar para o próprio texto como um objeto e verificar se está confuso, ambíguo, redundante, obscuro ou incompleto. Ou seja: é capaz de revisá-lo e reecrevê-lo até considerá-lo satisfatório para o momento”.
Para formar um escritor competente, é preciso haver uma proposta educativa com base no diálogo, na formação de cidadãos que tenham liberdade para ler, escrever e interpretar o mundo para refletir e criticar a realidade. Além disso, o trabalho com produção oral e escrita deve evidenciar o uso da escrita em situações diversas. Dessa forma, os alunos terão condições reais de desenvolver seu potencial crítico-reflexivo, apropriando-se de novas formas de expressão, com base da análise das características dos diferentes gêneros discursivos e na interação com interlocutores diversos, de maneira adequada e criativa.
Segundo os PCN/LP, para aprender a escrever, é necessário ter acesso à diversidade de textos escritos, testemunhar a utilização que se faz da escrita em diferentes circunstâncias, defrontar-se com as reais questões que a escrita coloca a quem se propõe produzi-la, arriscar-se a fazer como consegue e receber ajuda de quem já sabe escrever. Sendo assim o tratamento que se dá à escrita na escola não pode inibir os alunos ou afastá-los do que se pretende; ao contrário, é preciso aproximá-los, principalmente quando são iniciantes "oficialmente" no mundo da escrita por meio da alfabetização. Afinal esse é o caminho que deverão trilhar para se transformarem em cidadãos da cultura escrita.
Escrever é interagir. Interage aquele que tem o que dizer a quem dizer, por que dizer e para que dizer. Os alunos devem adquirir progressivamente competências em relação ao uso linguístico, a fim de poderem resolver questões da vida cotidiana, ter acesso aos bens culturais e alcançar a oportunidade de participar do mundo letrado, assumindo sua própria palavra na produção de textos coerentes, coesos e eficazes.
Josette Jolibert (1994) afirma que:
O ato de escrever deve se concretizar em uma atmosfera que traduza o prazer de escrever, prazer de inventar de construir um texto, prazer de compreender como ele funciona prazer de buscar as palavras, prazer de vencer as dificuldades, prazer de encontrar o tipo de escrita e as formulações mais adequadas à situação, prazer de progredir, prazer da tarefa levada até o fim, do texto bem apresentado (p.16).
Portanto, é preciso proporcionar na sala de aula, atividades que permitam ao aluno experimentar, vivenciar a prática de produção de textos diversos, para assim se tornarem escritores coerentes e eficazes.

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