ARTIGO: Uso da internet na sala de aula (ELIENE)
As tecnologias são produto e meio da relação do homem com a natureza. Vivemos em um cenário de grandes transformações sociais. Essas transformações estão revolucionando nossos modos de produção, de comunicação e de relacionamento, e produzindo um intenso intercâmbio de produtos e práticas socioculturais. Nesse contexto globalizado, as novas mídias e tecnologias invadem nosso cotidiano.
A chegada das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na escola nos trás desafios e problemas. As soluções vão depender do contexto de cada escola, do trabalho pedagógico que nela se realiza, de seu corpo docente e discente, de sua comunidade interna e externa, dos propósitos educacionais e das estratégias que propiciam aprendizagem.
Historicamente, a educação tem refletido as características de seu tempo e da sociedade nas quais as instituições educacionais estão inseridas. Vivendo em uma sociedade cada vez mais informatizada, que vem sofrendo transformações bastantes profundas, em especial nas formas de comunicação e de acesso ao conhecimento. Essas transformações têm influenciado a educação tanto na formação de professores quanto na organização dos currículos dos diferentes níveis de ensino.
Hoje, se sabe que a formação de professores precisa ser multidisciplinar, aproveitando conhecimentos e saberes das áreas de sociologia, da filosofia, da psicolinguística, da neurologia e outras. E essa formação incorpora as novas tecnologias, que são amplamente desenvolvidas pela sociedade da informação.
Pensar na educação e na tecnologia é compreender acerca da aprendizagem que, ao invés de enfatizar conteúdos, resultados, quantidade de noções, informações e conceitos a serem memorizados, repetidos e copiados, reconhecem a importância do processo, de uma metodologia voltadas para a qualidade da aprendizagem que valoriza a pesquisa e os trabalhos em grupos. Isso implica em programas, em horários e em currículos mais flexíveis e adaptáveis às condições dos sujeitos, respeitando-se o ritmo individual e grupal no processo de assimilação, acomodação do conhecimento.
Uma escola aberta para o surgimento de novas concepções de aprendizagem e conhecimento passa a conceber a educação como um processo que envolve conhecimentos extracurriculares. É necessário compreender as relações estabelecidas entre educador, sujeitos, práticas metodológicas e aprendizagem de forma que cada elemento do processo possa se constituir em um instrumento de conhecimento, com identidade própria.
Diante disso, o educador precisa reinventar a sala de aula na cibercultura, porém o que é complicado segundo SILVA (2003) “o grande paradoxo é o modelo de sala de aula baseado no falar-ditar do mestre iluminando no silêncio nem sempre passivo do aluno (sem luz). Ressignificar a educação na cibercultura significa superar esse paradoxo”.
Com LÉVY (1993, 1999), podemos verificar que o crescente desinteresse pela sala de aula é fenômeno mundial. Ele nos lembra que há cinco mil anos a escola está baseada no falar-ditar do mestre. E diz ainda que hoje a principal função do professor não pode mais ser a difusão de conhecimentos, que agora é feita de forma mais eficaz pelos novos meios de informação e comunicação. Essa compreensão crítica colabora para a superação da divisão do pensamento e do conhecimento, que vem colocando a educação como um processo alienante, um saber parcelado que, consequentemente, muito tem refletido na profissionalização, nas relações de trabalhos, na predominância reprodutivista e na desvinculação do conhecimento do projeto global da sociedade. Como afirma FREIRE (1979) a vocação do homem é a de ser sujeito, e não objeto. Pela ausência de análise do meio cultural, corre-se o perigo de realizar uma educação pré-fabricada, portanto, inoperante, que não está adaptada ao homem concreto a que se destrua.
Então, é preciso reconhecer: até aqui, tínhamos o apelo de mestres valorosos como Paulo Freire, Vygotsky e tantos outros, enfatizando a participação colaborativa, dialógica e a multidisciplinaridade como fundamentos da educação e da aprendizagem, hoje temos também o apelo da cibercultura questionando oportunamente a velha pedagógica da transmissão.
Esta compreensão remete a uma análise por parte dos professores sobre quem são os sujeitos do processo, quais os objetos a serem desvelados, como sujeito e objeto interagem entre se na elaboração do pensamento cognitivo.
[... as repercussões dos novos desenvolvimentos tecnológicos requerem ser estudados de uma perspectiva pedagógica, já que as transformações das formas de ensinar não são produzidas pela renovação dos objetos, senão pela reconstrução dos ajustes pedagógicos desta renovação] MAGGIO, (2000, p.110).
Neste contexto, fica evidente, que o pensar pedagógico precisa partir do entendimento sobre a transformação da própria prática; situá-la dentro de um contexto histórico, político e social.

Este blog foi criado com o objetivo de contribuir, com a metodologia para o trabalho com os objetos de ensino de Língua Portuguesa, partindo de atividades que envolvam o uso da língua, como produção e compreensão de textos orais e escritos em diferentes gêneros discursivos/ textuais,seguidas de atividades de reflexão sobre a língua e a linguagem a fim de aprimorar as possibilidades de uso.
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